segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Não saberia viver...

São sustos, daqueles que nos fazem olhar para a vida a perguntar "Porquê?".

A primeira coisa que me passou pela cabeça, é que poderias ter sido tu, poderia ter acontecido contigo e foi aí que as lágrimas me vieram aos olhos. Não sei o que seria se a notícia tivesse vindo contigo como protagonista. Não consigo sequer imaginar a dor que sentiria no meu peito se alguma coisa de muito má te acontecesse.
Sei, que o meu coração chorou... Chorou, por imaginar a tua dor, por sentir que devias estar devastado  e sem chão. Sei como cresces-te desde que ingressas-te na academia, sei como tens aprendido o verdadeiro sentido das palavras companheirismo, entrega, partilha, dever... Amizade! Também sei o que sentes por aqueles "putos" (como lhes chamas) e como por trás desse HOMEM forte que te tornas-te, está uma pessoa sensível, com um coração enorme e que faz de tudo pelos outros.
Não, não é por seres da minha família que digo isto. É porque te conheço desde que nasceste, porque fazes parte da minha vida desde que gatinhavamos os dois na casa da avó, porque és talvez das pessoas mais transparestes que conheço que o digo.
Tens amigos que me tratam como tu: a prima mais velha mas que é como se fosse a mana mais nova. É das poucas vezes que não te incomodas de me deixar sozinha e ir beber um copo a outra "barraquinha", porque sabes que eles vão tomar conta de mim (de mim, da minha irmã e da outra prima mais próxima) como se tu estivesses por perto. Isto, porque lhes "ensinas-te" ao longo dos anos que as "primas" são "meninas" para proteger.

Tenho tantas histórias nossas que lhes perco a conta.
Lembro do "piloto" (o pastor alemão da família) pequeninho quando se punha debaixo dos carros e dos teus olhos a brilhar quando ele foi para a casa da avó.
Lembro das escadas lá de casa e das competições para ver quem as descia mais depressa.
Lembro do teu irmão com 2 aninhos praí e de andarmos todos de gatas atrás dele em fila indiana por idade, do mais novo para o mais velho.
Lembro de irmos as amoras todo o verão para juntar dinheiro para irmos aos bailes e à piscina.
Lembro das primeiras bebedeiras na adolescência. Da tua primeira paixoneta e da minha. :)
Lembro dos bailes, das festas... Das noites quentes de verão que passavamos sentados na calçada da tua casa.
Lembro das histórias que inventavamos para nos cobrirmos uns aos outros quando alguém fazia alguma asneira (destas então... temos diversas!). 

Fazes parte da minha vida como poucas pessoas. E é quando o meu mundo está meio virado do avesso e estes sustos acontecem que percebo que posso perder todas as pessoas, posso sentir-me só, triste e desamparada... Mas nada disto se compara com o que sentiria se tu deixasses de fazer parte da minha vida. Não, nem consigo imaginar!

Porque por ti, sei que iria ao fim do Mundo. Porque tu fazes incondicionalmente parte de mim e da pessoa que sou. Porque a ti aplica-se perfeitamente a frase "crescemos juntos".
És o meu cúmplice, o meu "mano" mais velho que me protege e me abraça quando me sinto em baixo. Se pudesse punha-te numa redoma de vidro (como tu se pudesses me punhas a mim, nisso, às vezes és pior que o meu pai).

E não, não saberia de todo viver sem ti na minha vida. Porque tu incondicionalmente fazes parte dela.


E porque, ao longo dos anos, me tens deixado cada vez mais orgulhosa de ti e babada por poder dizer ao Mundo, que és meu primo, que és especial e que fazes parte da minha família. Um orgulho enorme é o que sinto quando olho para ti: pelo Homem que te tornas-te, pela pessoa maravilhosa que és e pela genuinidade do teu coração. 


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